"Transformações"

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes vil, tantas vezes porco" (Fernando Pessoa)

Foi essa frase que me veio, foi esse poeta que me chegou..

Será então capaz de se transformar a morte em poesia?

Triste...

A essa altura da madrugada, as janelas de minha casa que fica expostas a rua, foram telespectadoras de um acidente. Com o barulho da pancada se acordou todos em casa, ligamos para a emergência e ambulâncias chegaram...

Um rapaz, uma moto, uma arvore, esse foi o fim!

Ele respirava, um pouco depois vim a saber que não era respiração, ele estava no fim da vida e seu corpo sentindo por isso.

O desespero de nossa parte foi grande ao ver que pessoas que entendiam do assunto nada faziam para evitar que aquilo acontecesse, viemos a saber que nada a mais podia ser feito..

Ambulância, bombeiro, policia, policia cientifica..funerária!

Que dor!

Sinto a força nas minhas mãos com vontade de tocar tudo aquilo, e fazer com que desaparecesse qualque sinal de ferida e dor,e assim se normalizasse...Pura ilusão a minha, ilusão com esperança!

Amigos conduzem a informação das causas do efeito.Alcool!

Bebida alcoolica e veiculo automotor, resultam no pior efeito.

Minha mente ferve informações..Como será que esta a familia, namorada, amigos, a dor dessa perda é inevitável não me tocar...

Agora ouve-se choros aqui de dentro, não há mais o que fazer, apenas a burocracia de uma morte acompanha esse corpo que não vive mais. E quanta burocracia!

Por não conseguir voltar ao meu sono, fico fermentando aocntecimentos de imprudencia da minha vida...E eu, tantas vezes reles, tantas vezes vil, tantas vezes porco!

Já cometia atos de tamanho descuidado e vejo agora que esses atos levam o outro ao fim!

Não sei quantas pessoas estão lendo a essa mensagem, mas não vou deixar de falar e recomendar...Se beberem, por favor, deixem que alguem os leve embora, não sejam teimosos como ja fui um dia, e como esse rapaz foi essa noite!

Sentimentos da dor de uma perda!