quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Lingua Portuguesa"


Após mais um final de ano
O que já passou novamente se inicia...


"Inicio com "aspas", concluo com reticências...
Sem deixar os porquês muito para trás
Aos berros, escândalos e pandemônios que me atormentam
esses ficam em negrito, e ditos bem ao pé do ouvido
Obrigações de uma vida cotidiana permanecem em letra formal,
de vez em evidência, vezes em obrigatoriedade de conclusão de frases.
Meu texto cotidiano é feito um livro, altos e baixos...
Seus momentos de inteira fascinação por poucas,
Pretensões, descasos, amadurecimentos e desabafos
A vida a ser vivida, a ultima frase a ser concluída.
Inspiração começa com maiúsculo, os minúsculos vêem depois.
Minúsculos gestos após a grande inspiração, versos que por obrigação terão que ser aumentados
O que me inspira? O que te inspira?
Vou descobrir depois da próxima palavra, do próximo gesto, depois do ato.
Fato concreto a ser pesquisado, analisado e confirmado.
Esqueci o acento da palavra ali atrás.
Deixa pra lá, eu entendi o que ela gostaria de dizer.
Coloquei ponto onde não devia, iniciei um parágrafo na parte que não tinha.
Composição de uma vida através de um texto, imitação de uma inspiração, guiada por uma mão ligada a um coração, que sente, ama e sofre e não morre.
Talvez morra, mas deixa-se escrito no registro de palavras da emoção.
Faz-se por permanecer, resistir e ajudar a inspirar outros corações com leve inclinação para a auto-moção. Uma espécie acostumada de - Eu me levo!
De fato o artefato das circunstâncias compõe a um texto, de fora pra dentro..
Opa, escorregou, abriu asas e voou, passa agora, é de dentro pra fora!
No corrimão dessa escadaria aterrisou-se no papel, e elevou o sentido daquilo que estava querendo eu dizer...
Vamos começar...
Eu queria dizer sobre...
Onde eu estava mesmo?
“No português, que virou freguês,
vindo lá de Portugal,
só para me ensinar a escrever,
e colocar para fora o que ta aqui dentro a crescer”

Não! Sem poesia, poemas, esses versos que rimam,

Agora apenas letras, palavras e frases
Que oferecem
Tantos nomes pra tantos sentimentos
Pronomes indevidos naquele exato momento
Queria multiplicar as consoantes e vogais
Morfologia, sintaxe, estilística e semântica
A fonética altera a realidade do que na verdade se quer...
Ou a que as articulações iriam pronunciar...
A denotação de toda situação altera o que eu iria dizer
Quero sentir essa conotação...
Sem a idéia de outros entendimentos acontecer...
Sugiro o que quero fornecer...
Que fui buscar meus radicais
Encontrei regras e rigor para expressar devidos sentimentos
Pra que tanto prefixo e sufixo?
Eis que os segundos sejam feitos de tantas outras coisas, sem que regências e conceitos sejam feitos sob a devida pontuação, frase, crase, linguagem...
Sinto-me num período composto, onde concordâncias de uma sílaba façam sentido,
“o sentido devido da ortoépia!”
As vezes fico em busca de um pronome,
isso faz com que eu produza uma antonomásia sobre o nome
As figuras de estilo já não são mais as mesmas
A anáfora faz com que eu me aproxime
Conjugue os verbos
É de forte forma que identificarei os assentos em que irei sentar, sabendo separar oxítona de paroxítona, e sem esquecer da proparoxítona que começa lá do começo, e procura classificar o advérbio, a fim de se referir ao verbo.
Quanta onomatopéia vinda de antônimos, anônimos e pseudônimos.
Calma, é apenas uma colisão de sinônimos
Antônios, Marias, Sicranos e Beltranos, todos em um mesmo lugar
Sujeitos vocativos
Com uma formação de palavras em termos predicados
É tudo tão homonímia, paronímia, que chego a ser uma polissemia
Expressões de agentes que sentimentos querem já colocar,
Ou seria a gente?

Poxa vida, esqueci de colocar um ponto final naquele parágrafo!
As vezes essa preocupação cotidiana reprime o que eu ia colaborar,
e com o outro encontrar
E juntos algo formar!

Há essa poesia não que me deixar
A natureza de rimar
Fica a me guiar..."

FELIZ 2010

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